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Parcerias que vão transformar o mercado do agronegócio

Por Marcelo Dutra da Silva - Ecólogo - [email protected]

Aqueles que estão atentos às transformações do mercado já devem ter percebido que uma das estratégias mais antigas nas relações econômicas, a parceria, está mais viva do que nunca. Conectados pelo propósito do negócio, a ideia de formar novos parceiros ganhou contornos muito interessantes. E nada se destaca melhor no contexto das parcerias do que as que vem sendo formadas na cadeia de valor do agronegócio brasileiro. Um bom exemplo do momento é a parceria entre Embrapa e Yara, gigante global de fertilizantes e nutrição de plantas.
O acordo de Cooperação Geral para a promoção de iniciativas de impactos sociais, ambientais e de governança foi assinado no dia 5 de março. A parceria prevê atuação conjunta em todas as frentes de estudos em agricultura e pecuária da Embrapa, especialmente nas áreas de adubação, agricultura digital, instrumentação agrícola, monitoramento territorial e ambiental, bioprodutos, bioinsumos e energia renovável. Na prática, a Embrapa terá à disposição de todas as suas unidades as soluções que a Yara utiliza no campo.
Particularmente, tenho um carinho muito especial pela Embrapa, que me acolheu na orientação dos meus experimentos de pesquisa, nos tempos idos do mestrado, entre 2000 e 2002. Faz tempo! E verdade seja dita, se nos orgulhamos de ser o maior agronegócio do Planeta, este feito tem mérito na pesquisa e no desenvolvimento, na ciência da agropecuária brasileira, em boa medida conduzida pela Embrapa, em parceria com universidades e empresas que sempre estiveram na vanguarda do investimento em conhecimento.
A área que mais me encanta é dos bioinsumos e bioprodutos. A beleza deste campo de desenvolvimento impressiona pelo crescimento e possibilidades de aplicação. Certamente será por esta via que vamos nos libertar da dependência dos insumos químicos e eliminar boa parte dos danos colaterais adversos da defesa agrícola. Sinto que o fim dos agrotóxicos está próximo, algo que desejo assistir há bastante tempo. Uma revolução baseada na segurança alimentar, no emprego de boas práticas no campo e na produção sustentável de baixo carbono, responsável, justa e inclusiva.
A ideia de formar parcerias para alcançar o desenvolvimento está incluída entre os objetivos para o desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas (ODS17). Sem parcerias não se chega a lugar algum e é muito difícil construir algo novo quando não se tem apoio mútuo. Às vezes é um suporte financeiro o mais necessário, outras vezes é a infraestrutura ou capacidade instalada, seja de equipamentos, prédios ou campos de pesquisa, mas a maior parte das parcerias se formam em torno da troca de experiências, transferência de tecnologias e compartilhamento de informações.
Quando falamos da revolução do mercado por meio das melhores práticas de sustentabilidade ESG e as expectativas de mudanças na longa cadeia do agronegócio brasileiro, que tem forte inserção global e inúmeros relacionamentos, também estamos falando de parcerias, pois sem elas jamais conseguiremos dar o próximo passo. E se isso serve para o Agro é claro que serve para qualquer outro setor econômico que esteja inserido em uma perspectiva de produzir com garantias de sustentabilidade, preocupadas em atender as demandas do presente, sem comprometer as necessidades das gerações futuras.
De outra parte, será no agronegócio, ao longo de toda cadeia e relacionamentos, que vamos ver essas mudanças acontecendo mais rápido. Afinal, este é o setor que mais incorpora práticas sustentáveis e é, sem dúvidas, o setor com maior potencial de contribuir com a economia verde do Brasil. Só não pode declinar da estratégia e seguir firme nos objetivos, apostando em parcerias que dão certo.

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